sábado, 29 de novembro de 2014

Escrever é deixar fluir...

"Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca as ideias." (Pablo Neruda) 

A escrita: um caminho sem volta

Ah como eu amo juntar: pedaço por pedaço; letra com letra; palavra com palavra; realidades com ideias; problemas com sugestões; pensamento com o sentimento; novo com o velho...

Como sossega qualquer ventania que se passa aqui dentro e que sufoca até o engolir da saliva, o ar que se respira, o sentimento que não sai. Escrever com a alma é tocar no fundo mais profundo da escuta sobre si, é se permitir e deixar fluir sua espontaneidade, seus mais feios defeitos, ameaças, preconceitos e repará-los.  Por que não desconstruir para construir? Não há nada mais profundo, bonito e verdadeiro que deixar se descobrir e sentir a mudança, a tradução, sentir esperança, a emoção e o coração que bate a cada frase relida e termina com um amor desmedido, como se fosse o texto mais bonito que um dia escrevera. É um ciclo hermenêutico intrínseco e intermitente, seja ele implícito ou explícito, vai da forma única de encontrar a arte de se expressar. Pode combinar e descombinar, pode fazer sentido ou não, ser abstrato ou concreto... Que vale é se fazer traduzir, é produzir o irreproduzível que se embaralha na mente, que foge, volta, escurece e esclarece, que mexe com o nosso íntimo, atormenta e alivia... É desse amálgama de sentimentos (de vai e volta, sai e não sai) que nasce o pensamento, eis aqui o parto das idéias! E como é bom registrar esse "devaneio", uma ligação com o inconsciente pra buscar aquela ideia reprimida, esquecida, infiltrada... Foi exatamente esse caminho que escolhi agora para "botar pra fora" o que tem aqui dentro. Vai então o meu conselho: registre seu pensamento, seu sentimento, escreva por amor, para demonstrar e fazer valer das palavras o que por vezes possa ser inexpressivo ou confundível. Não acredito nessa de: não sei me expressar! Cada um tem sua forma: um olhar, um sorriso, um franzir da testa, uma lágrima, um mexer no cabelo, coçar a cabeça... A comunicação verbal é a melhor maneira de se comunicar, a nossa linguagem universal, a linguagem da alma, dos sentimentos, do entendimento que se faz pela expressão do rosto e do corpo. Então, não me venha com essa frase: eu não sei me expressar! É tentando que se consegue, pois tudo começa assim: vem a dificuldade, depois a superação e aí tudo flui, fica gostoso, prazeroso, natural. É  sensação de sair de casa com aquele sol quente, de estar presa num engarrafamento mas olhar pro lado e ver o mar, de passar a sua música favorita na rádio mas está aquele chiado chato que incomoda mas depois tudo vai sincronizando, sintonizando, e o alívio e o prazer chegam de mansinho e tudo vai se harmonizando. Sabe aquela sensação de rir por dentro sem parar? Não exatamente por ser um texto engraçado, mas sim a maneira com a qual você passa a enxergar algo que era difícil e agora tão simples e fácil. Não precisa , nem se deve, copiar! Mantenha a sua autenticidade, originalidade, seja bonito, difícil, parnasiano, transcendental, abstrato, romântico, engraçado... O que basta é ser você: crie, invente, faça, apague, recomece, corrija... Que mal há em tentar?  Assim verá que se expressar é natural e uma capacidade inerente a todos nós!

Deixo aqui mais um registro dos meus sentimentos e pensamentos para todos aqueles que me amam, que não me amam e que apenas me conhecem ou que também não me conhecem! E não se esqueçam: escrevam!!!! Assim a gente pode evoluir e crescer mais e mais, nos transformando em gigantes na nossa substância, da nossa integridade e do nosso coração! 

Por Luiza Rodrigues dos Santos 
(Um texto dedicado à Simone Rodrigues, Sergio Silva. Fabiane Guimarães, Lua Sampaio, Edla Lobo Muniz Rosana Alencar Sarita Rodrigues Yuri Leite, Hilton de Abreutodas as minhas amigas e amigos que um dia dedicaram preciosos minutos de sua vida lendo um texto meu, amo vocês!


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